02/09 | Lago Negro - tarde

- Eu não vou fazer isso Jack. - Então meu queixo caiu, como assim Stella? Ela PRECISAVA disso, eu não estava tarando elas ou algo do tipo, era pra elas não morrerem de frio, pô. Eu balancei a cabeça negativamente. Sei lá, se não foram vocês quem pegaram nossas roupas...então a pessoa deve estar por aqui...ou não... - Dã, disso eu sabia, e se alguem tinha pegado a roupa das minhas meninas, poxa, eu tinha que ajudar e sinceramente, eu estava tentando. - ...até porque, mais cedo ou mais tarde a gente vai ter que sair... - E que tal....agora? +1 - ...só que, se algum professor aparecer e ver a gente assim, nós quatro vamos nos meter em confusão...e também cabem pelos menos duas de nós duas nessas camisas... sei que estão querendo ajudar Jack e eu fico feliz por isso Dan... mas eu não quero que se metam em confusão por nossa causa... - eu achava que essa era uma das nossas funções de amigos +1 e se fosse por confusões, quantas vezes fizemos elas se meterem em confusões por nossa causa?. - ...eu não sei quanto a Alex...mas pelo menos um de vocês já pode colocar a camisa e a capa de novo... - Encarei Dan, eu estava confuso, isso tudo era vergonha? Sté tinha um braço a mais e por isso nós não poderiamos ver elas sem roupa? E nem isso, eu tinha dado minha camisa, e é... agora eu começava a ficar com frio, sabe - ...Acho que vou acabar descobrindo o quão entediante é a vida de uma Lula...eu não vou mudar de idéia.

- Espere aí, Stella. WHAT? Você realmente não está sentindo essa água gelada? E se tiver alguém aqui, nós vamos pegá-lo e apagar a memória do inxerido. Nos metermos em encrencas não é o maior dos problemas, você sabe disso, nos metemos em encrencas pelo menos duas vezes por semana, não é verdade? Achei que você tinha acostumado. Mas se você acha que eu vou deixar a minha melhor amiga virar uma uva passa ou uma Lula Gigante, está muito enganada! -Alex save us, eu concordei com a cabeça, e ei, todo mundo falando de monte hoje? Dan, sua vez, brother.

Ai a Alex saiu da agua, sabe, eu deveria dizer que era a visão mais linda do mundo, mas eu estava tão sério por estar ajudando-as que nem me toquei, quero dizer, é CLARO, que eu olhei, mas .... simplesmente, não havia malicia, eramos tão amigos, e há tanto tempo, que não havia motivos para ficarmos nos comendo com os olhos o tempo todo, menos Daniel, que sempre olhava Stella como se ela fosse a ultima garota do mundo, Alex por acaso era homem? Bem, melhor assim, ficar olhando minha garota não rola. u_u
Stella lutava loucamente contra Alex para vestir aquela roupa, e eu deveria estar rolando de rir, mais aquilo era melhor do que ver luta de mulher na gelatina, Alex quase socava Ste pra por a camisa, e por fim, ela ganhou, nem devo dizer, minha garota né? Anyway, agora eu já disse...

- Agora, vamos andando, e quando sua cintura aparecer, amarre isso nela e volte a andar. Conforme você for saíndo da água, vai soltando as pontas, assim, você vai fazendo uma saia e nada de nada vai aparecer, okay? Diga que não e eu te afogo, e estou falando sério.


- Vamos Stella, não custa nada.

Eu virei de costar junto com Daniel, se o motivo era vergonha, pronto, não havia mais porque, não iriamos olhar se fosse o que a incomodava, mas eu estava MESMO ficando com frio, meus queixos até batiam levemente.

- Vai logo, Stella. Ou vai ficar doente. Tá fácil agora.


Dai Daniel me cutucou, eu quase cutuquei ele de volta, ele parecia ter malhado nas férias, porque eu quase fui jogado para dentro do lago no lugar das meninas. Ai ele apontou pra um troço, que parecia ser uma pessoa enrolada numa coberta, quero dizer, dã, era uma pessoa enrolada numa coberta andando. Perai, que droga uma pessoa fazia andando com um cobertor enrolado em si? Quero dizer, quem faria isso. Com certeza essa era a pergunta que Daniel fazia a si mesmo, pois começou a andar para perto de coberta, e eu fiz o mesmo, então colocamos o pé e depois de uns passos a tal pessoa tropeçou, capotando e rolando.

- DOMINIC?

Qualquer pessoa deveria saber que Dominic estava no meio disso, se havia alguem pior do que nós quatro para conseguir detençao, era Doom. Então lá estava ele, capotado no chão com seu pijama de.... BUZZ LIGHTYEAR? Daniel começou a gargalhar alto e eu fiz o mesmo, quase rolei no chão de rir e vi então que as garotas se aproximavam furiosas. Eu pensei, 'ih, fodeu pro lado dele', que se dane, elas estavam certas mesmo, o problema, é que eu não consegui mais parar de rir da cara dele, Buzz Lightyear? Grande Dominic.

-Ih moças kkkkkk, alguem conseguiu ter um pijama pior que o dos Looney Tunes da Alex... kkkkk eeeeei, acho que achei uma saia kkkkk qual é Doom? Esqueceu as suas em casa e por isso precisava roubar as delas? kkkkkkkkkkkk

Eu continuava a rir, e agora esperava parar ver o que elas fariam com eles, por uns lados, alias, por muitos lados, seria bom elas devolverem minha camisa agora.

Spoiler:

..
Man, I'm really screwed
02 de setembro, tarde | Post #03 | Lago Negro

Ok, agora sim eu estava definitivamente ferrado. Em algum momento meu plano perfeito tinha falhado e tudo estava indo por água abaixo, sabe? O tiro saiu pela culatra, como diria mamãe e seus ditados trouxas. E como minha vida é uma tarefa constante de evitar confusões, porém evitar é sempre o pior caminho se tratando de mim, deu tudo errado. E agora, mais uma vez eu estava definitivamente ferrado. Dizem por ai que eu procuro confusão, mas eu discordo em algumas partes, pois ela surge até mesmo quando eu não estou preparado para recebê-la, como era o exemplo desse inusitado momento em que eu inocentemente caminhava tranqüilo buscando um lugar para descansar minha mente brilhante e duas garotas se exibiam sem nenhum pudor nas águas do fétido lago negro. Obviamente, uma história sempre tem divergências.

- DOMINIC? – a voz de Daniel se sobressaiu em um tom exageradamente alto, um tom de surpresa, é claro. Fiz uma careta, estava embrulhado em um cobertor, como é que alguém era capaz de reconhecer? Então ele começou a gargalhar, me deixando confuso que nem um bruxo calvo e com vestígios de amnésia.

-Ih moças kkkkkk, alguem conseguiu ter um pijama pior que o dos Looney Tunes da Alex... kkkkk eeeeei, acho que achei uma saia kkkkk qual é Doom? Esqueceu as suas em casa e por isso precisava roubar as delas? kkkkkkkkkkkk - Como é que ... Pisquei, e pisquei, e mais uma vez, pisquei. Visão perfeita, ridiculamente perfeita! Olhei para o chão e o cobertor-marrom-felpudo estava caído no chão, me deixando completamente a vista de qualquer um que parasse para reparar minha atenção. È nesses momentos que eu percebo que tenho defeitos dos grandes, sendo um deles a dificuldade de passar despercebido. Enfim, Jack também ria feito um imbecil, faltava apenas os dois rolarem no chão ou chorarem junto, o que de fato seria agradável, afinal eu estava acostumado a ser o causador de risadas estridentes, era o meu dom particular.

- Ah, é um personagem de um filme trouxa! – falei, olhando para o pijama do Buzz e dando de ombros em seguida. Depois olhei para a loira, para Alexandra e como quem consola, disse: - Não precisa ter vergonha do que usa para dormir, Alex! É o único momento que podemos vestir qualquer coisa... – se bem que eu vestia qualquer coisa a qualquer momento, mas como eu disse, quem liga para roupas? Agora, Jack tinha percebido que eu estava com saias e fez uma piadinha escrota, como se de alguma forma pudesse superar as minhas. – Na verdade, roubei as saias delas por outro objetivo. – um sorrisinho surgiu no meu rosto quando olhei de relance para Stella e a vi me fuzilar ao mesmo tempo em que seu cabelo ficava de um vermelho intenso. – E não precisa agradecer pela bela visão que eu proporcionei a vocês dois – continuei falando em tom casual. Stella estava nitidamente furiosa, mas isso eu driblaria depois, isso é, se não sofresse nenhuma azaração por parte das garotas, mas por sorte do destino, eu estava com as varinhas delas! AHÁ!

Ainda segurando nos braços as vestes das garotas, balancei sobre meus próprios pés. Não tinha vindo ao Lago para roubar as roupas delas, mas até o Ministro da Magia sabe como os meus neurônios funcionam, não tenho controle sobre meu impulso inevitável de aprontar com tudo o que está em meu alcance, muito menos controle sobre a minha boca e as palavras que saem dela em auto-defesa. É, eu estava definitivamente ferrado.

Jack via graça em eu estar usando pijamas do Buzz Lightyear, eu honestamente, adorava esses pijamas e não via sentido nas risadas dele. O garoto até implicou com as roupas de dormir de Alex, mas eu disse a ela que não precisava se importar com a opinião daqueles que ligam para roupas ou que não respeitam nossos gostos. No entanto, a loira tremia tanto que eu cogitei a possibilidade de ela estar tentando controlar uma convulsão, mas pelo jeito que ela semicerrou os olhos, deixei esse comentário passar em branco e me concentrei em explicar a situação para Jack, que havia dito que no meu guarda roupa estava faltando saias, por isso eu estava roubando-as. Como era óbvio, calças é algo muito mais confortável que saias e eu não usava saias, estava apenas aproveitando a oportunidade que Merlin me dera para aprontar, só que o grifinório não via isso por dois simples motivos: primeiro, era tapado demais para perceber do que isso tudo se travava e, segundo, tentar fazer uma piada que só ele achava graça. Independente do real motivo, decidi deixar claro a ele que meu objetivo não era usar a saia das garotas e disse honestamente que ele não deveria estar rindo e sim, agradecendo pela visão que eu acabara de proporcionar, afinal, não era todos os dias que víamos garotas com lingeries molhadas.

Alexandra teve um surto e levantou a mão, apontando uma varinha para o centro do meu rosto. Ok, de onde tinha surgido esse pedaço de madeira se eu estava com a varinha de ambas? Enfim, as varinhas tendem a não funcionar direito quando nas mãos de outra pessoa diferente de seu dono. Valia a pena abrir a boca? – Qual é Alex, se irritou em ouvir a verdade? – zombei diante a ameaça da garota e imediatamente ela andou até mim em uma velocidade impressionante e se agarrou a minha blusa do pijama, me puxando para baixo e quase enfiando a varinha no meu ouvido. - Se algum dia você pretende ter outra visão parecida com essa com qualquer garota, acredito que precisará de seus olhos, não? – ela falava dos meus olhos apontando a varinha para meu ouvido, era isso? Tentei fazer com que ela soltasse minha blusa, mas a garota estava segurando tão forte que eu corria o risco de sair dali com uma gola rasgada. Fiz cara de desentendido, tentando compreender onde ela queria chegar com esse papo de ameaçar olhos e explodir ouvidos, mas a conclusão era simples: Alex estava tão tomada pelo ódio que não sabia diferenciar ouvido de olho. Sua expressão facial era tão sinistra que até a Lula Gigante perderia o apetite e dementadores se assustariam com essa cara demoníaca e essa veia saltada. Alguém já tinha dito a loirinha que tanto ódio assim fazia mal? - Então, se a daqui vinte minutos você ainda quiser seus olhos ou qualquer parte do seu corpo completamente intáctos, é melhor entregar as roupas agora e não contar sobre essa cena para absolutamente ninguém!– aah, vinte minutos? Isso me dava tempo de fazer o maior drama ainda! Alex precisava aprender também que quando se quer uma coisa que te pertence e esta ameaçando alguém, deve pedir imediatamente, não dar vinte minutos. Ela estava sendo absolutamente incoerente, precisava aprender a fazer uma ameaça também. E sobre não contar a ninguém sobre essa cena, ela precisava barganhar primeiro, não agir na inocência de achar que a ameaça surgira efeito. Ameaças podem lhe devolver as vestes, mas não evita que alguém dê com as línguas nos dentes mais tarde. - Entendeu tudo direitinho, Buzz? – ela questionou em tom sarcástico e deu tapinhas leves na minha cabeça, como se eu fosse um cãozinho obediente. Respirei fundo, ainda sobre a mira da garota e em tom tão igualmente irritante, deixei claro que entendia o recado: - Entendi tudo certinho, peladona.

Então senti uma dor forte na canela e por reflexo curvei o corpo, mais um chute e inesperadamente estava no chão, sendo agredido por aqueles pés enrugados e sujos de barro. Stella, a gnomo de jardim, estava tão brava que a agressividade surgiu e ela não conseguiu conter. - Seu...idiota...retardado... –ela me xingava enquanto dava pontapés fortes na minha barriga. RETARDADO EU? Quem é que estava nadando de lingerie em um lugar publico? Eu estava de pijamas, mas não estava semi-nu! Ainda tinha respeito próprio... Um chute nas minhas partes baixas fez com que qualquer pensamento se esvaísse e a única coisa que eu conseguia fazer era rolar no chão por causa da dor enquanto vozes gritavam para Stella se controlar. Ouvi-a murmurar alguma coisa, um pedido de desculpas não dirigido a mim. Virei de barriga para cima enquanto os soluços abafados da garota eram o único som presente. Fiquei imóvel até a dor amenizar e, mesmo ela não tendo cessado por completo, fiz força para levantar. – SABE BURETT, O RETARDADO DA HISTÓRIA É AQUELE QUE RESOLVEU TIRAR A ROUPA E EXIBIR-SE PARA OS SERES MARINHOS EM PLENA LUZ DO DIA E EM LUGAR PÚBLICO. – rosnei, ainda sentido dor pelo corpo todo. – O IDIOTA FOI AQUELE QUE NÃO TEVE RESPEITO PRÓPRIO QUANDO TIROU SUAS ROUPAS E AINDA CULPOU O OUTRO POR SUA FALTA DE PUDOR E JUÍZO. – disse, até parecendo um garoto culto, com a diferença que minha voz saia em altos decibéis, quase gritava ao jogar na cara dela palavras duras. Por mais imbecil que eu fosse, por mais ofensivas minhas ações parecessem, eu jamais seria capaz de bater em alguém, muito menos em uma delas. A questão é que quem estava bufando de raiva era eu e, assim como a lufana, eu não pretendia deixar barato. Puxei a minha varinha do cós da calça e joguei as roupas para o alto – Confringo – as vestes explodiram e agora os restos flutuavam no ar até atingirem o chão. Abaixei e peguei o único pedaço de pano que se encontrava inteiro, meu cobertor e o enrolei nos braços. – Acho que Stella te deve desculpa pelas roupas estragadas, Alex. – disse em tom ríspido, porém já não gritava. Eu realmente devolveria as roupas no prazo de vinte minutos da corvina, mas a situação tomou outro rumo. Virei de costas e comecei a andar, decidido a ignorar qualquer palavra que algum deles dissessem e, deixando as varinhas das garotas caírem na grama enquanto me movia para sair ali, sem olhar para trás, levantei o dedo do meio em sinal de despedida.