06/09 | Salgueiro Lutador - tarde

A manhã havia sido um tanto divertida, Heathcliff havia ficado em uma das salas vazias praticando os feitiços novos que aprendera, e estava muito satisfeito com seus resultados. Cansado de ficar ali na sala praticando, saiu em busca de algo interessante para fazer. Olhou em um relógio e viu que já passavam das duas da tarde, então deu um suspiro, pegou sua varinha e saiu. Já tinha em mente um lugar para ir, um lugar onde ainda não tinha ido. - Espero que seja realmente legal - Falou baixinho para si mesmo, ao dirigir-se cautelosamente até o caminho que ia para o salgueiro lutador. Alguns garotos mais velhos de sua casa haviam dito que, ao usar o feitiço Herbivicus no salgueiro, este ficaria zangado, porém Heath teria de manter uma boa distância da árvore, se não quisesse ser esmagado. Então, tomado pela curiosidade e coragem, seguiu em direção ao salgueiro.

Andou um bocado até chegar lá, ou então fora somente sua preguiça alastrando por seu corpo, que não gostava de caminhadas. Por fim, chegou até à grande árvore, olhou-a curiosamente, aproximando-se devagar, para não despertá-la. Porém, o salgueiro já havia notado sua presença, e um de seus galhos veio em sua direção rapidamente, e ele quase não teve tempo de se jogar no chão para escapar da batida. Rastejou-se para trás rapidamente, à uma distância em que o salgueiro não conseguiria alcança-lo. Olhou para o salgueiro, que ia parando devagar e então levantou-se. Seu coração estava disparado, e sua roupa cheia de pequenos pedaços de folhas secas.

Bateu a mão sobre a vestimenta, fazendo com que os pedaços de folhas saíssem. Pegou a varinha e apontou para o salgueiro, deu um sorriso com o canto da boca e falou - Bom, vamos ver se é tão divertido quanto dizem. - Levantou a varinha para cima, desceu com delicadeza, fazendo-a rodar docemente no ar e então conjurou - Herbivicus - e uma luz saiu de sua varinha, atingindo seu alvo, que era o salgueiro. Como um súbito choque, a árvore começou a debater-se, tacando os galhos gigantes no chão fortemente, fazendo a terra estremecer. No começo, Heath sentiu um pouco de medo, mas depois sentou-se no chão e começou a rir, ao ver o salgueiro em desespero, batendo no chão.

Estava sendo extremamente engraçado, e Heath ria sem parar. Olhou para o lado e reparou numa silhueta feminina vindo em sua direção, deu de ombros e voltou a atenção para a árvore. A garota aproximou-se dele e deu-lhe um soco, acertando seu rosto em cheio. Heath virou o rosto com a pressão do soco e então levantou-se, furioso. Era maior que a garota e a olhava de cima. - Quem é que tu pensas que és, afinal?! Deve ser algum tipo de mongolóide ou deficiente mental, concerteza, porque uma pessoa boa da cabeça nunca faria o que acabaste de fazer! - Falou a garota, num tom estressado e sério. Heath mirou-a, fazendo ar de desprezo - Pra que quer saber que eu sou, griffa? Não mexi com você, não seja intrometida - Falou, abrindo os olhos e dando um sorriso de deboche, após recompor-se do soco que havia levado.

- Bem, eu que pergunto, quem VOCÊ pensa que é, pra chegar e me dar um soco? É a rainha das fadas da floresta? Ela que deveria se incomodar, não você, volta pros seus joguinhos de quadribol e deixa que eu fico aqui com os meus, estava muito bem antes da sua...intromissão - Falou, virando as costas para a garota. "Quem essa louca pensa que é? Que ridícula, além de ser uma anã, quer dizer o que devo ou não fazer" pensou, virando um pouco a cabeça pra trás e olhando para a garota por cima dos ombros.

- Mas que droga, porque não sai daqui? Volta pra floresta, duende - Falou, dando um outro sorriso e começando a gargalhar. Virou-se para a garota e só então que lembrou do soco que havia tomado e de como fora dolorido. "Ela que não se atreva, senão tomarei medidas mais drásticas" pensou, ficando sério e mirando-a com os olhos entre-abertos, como se ela pudesse ler seus pensamentos. Então, sendo bem discreto, deixou a varinha em punhos, escondendo-a atrás da palma da mão e de um pedaço do braço. Ela não conseguiria ver que ele havia pego, a não ser que estivesse prestando atenção em sua mão e que tivesse visão de Raio-x, mas isso seria tecnicamente impossível, pois a garota mirava seu rosto com raiva.

Heath olhava para a garota bem no estilo de sonserino, como se ele fosse superior a ela, mais esperto, mais forte, mais alto (e era mesmo), e, bem sonserino MESMO, olhava a garota com desprezo, como se ela não fosse uma bruxa igual a ele. "Essa griffa imbecil e intrometida" pensava, enquanto olhava para a garota, ainda com a varinha na mão. - Ah, mais uma coisinha...mongoloide e retardado? Renova seu caderninho de chingamentos, Hannah Montana! - Falou, olhando nos olhos da garota e com a expressão de deboche, tanto na voz quando no rosto.

Heath mirava a garota com os olhos semi-cerrados, com os músculos do rosto relaxando, após terem contraido-se com a força do soco. Ela então atalhou um monte de baboseiras, sobre sentir-se ofendida, ou algo assim. Não prestou atenção em quase nada que a garota disse, e revirou os olhos enquanto a mesma falava. Ela ainda não avistara a varinha em sua mão, mas não poderia, pois ele a colocara dentro do casaco com manga comprida.

- Olha, não prestei atenção no que você disse, mas sou bruxo com conhecimentos, não me misturo com trouxas - Falava com a voz suave, porém irônica. Piscou para a garota ao terminar de falar, fitando-a nos olhos e depois voltando a olhar para o salgueiro. - Ah, seu amiguinho esta te chamando - Falou, esboçando um sorriso debochado no rosto e apontando o salgueiro com a cabeça, arqueando-a um pouco pro lado.

Ele sabia que, agindo dessa forma, irritaria a garota, e então, ou ela iria deixá-lo em paz ou iria tentar lhe bater, porém ele tinha sua varinha e estava preparando-se para caso ela o atacasse dessa vez. - Olha, você parece ser uma garota inteligente, então, porque não vai embora e me deixa aqui? Não vou mais enfeitiçar suas preciosas árvores sentimentais - Falou, em tom de desprezo ao se referir as plantas. Em geral, ele até gostava de plantas, pois, apesar de brincar com as mesmas, não gostava que as cortassem, e isso já era alguma coisa. Pensou em dizer isso para a garota, mas como queria que ela fosse embora logo, deixou que tal pensamento desaparecesse de sua mente.

Fitou a garota mais uma vez, e, embora ela não o conhecesse, ele sabia quem ela era, por conta dos jogos de quadribol. "Isso já está me entediando" pensou, revirando os olhos novamente e soltando todo o ar dos pulmões pela boca, enchendo-a e fazendo um fuuuu ao soprar o ar com certa "violência". Lembrou de um dia em que seu avô o repreendera por estar pisando na horta. Ele havia falado que plantas também tem sentimentos, e que Heath não devia maltratá-las só por ter mais vantagens que elas.

Seus olhos nadaram em lágrimas ao lembrar disso, pois ficara muito abalado com a morte dos avós e ainda pegava-se chorando as vezes, ao lembrar desses tipos de coisa. Olhou para a garota, agora com a expressão triste nos olhos, levou a ponta da manga até os olhos e secou-os, ficando de costas para a garota.

- Tá bem, você ganhou, vou embora - Falou, com a voz trêmula e choramingando. Aquela lembrança, de todas as formas possíveis, acabara com seu dia. Nada mais poderia alimentar seu ego. Simplesmente queria ir para seu quarto e afundar na cama, para chorar sem que os outros vissem.

Heath estava andando na direção oposta à garota, quando ouviu-a pronunciar algumas palavras, porém não dera atenção. Então, sentiu uma mão segurar-lhe firmemente, o que o fez virar e encarar a garota, o que ele menos queria fazer naquele momento, pois uma lágrima escorria-lhe covardemente pelo rosto.

A guria levou um dos dedos e limpou-lhe a lágrima, o que o fez parar e encará-la, sério, querendo agradece-la, porém não o fizera. - Heathcliff Linton - Falou, respondendo a pergunta que ela fizera. - Não aconteceu nada, não foi o soco, estou bem, é só - Hesitou por um momento, a voz falhava e saia manhosa - é só uma lembrança, deixa pra lá, qual seu nome? - Perguntou, querendo mudar de assunto.

"Não vou falar nada, nem que ela implore" pensou Heath, mirando a garota, ainda com os olhos cheios de lágrima. Levou a manga do casaco até os olhos e secou-os devagar, voltando a fitar a garota, agora tentando recompôr-se.

-Desculpe, não queria...ah, você entende, não queria passar essa imagem de idiota - Falou, um pouco rápido demais, pois não gostava de admitir suas idiotices, quando fazia alguma. Cruzou os braços e continuou fitando-a, depois sentou-se no gramado e ficou olhando para o salgueiro.

Ao ver que a garota sentou ao seu lado, foi um pouco pro lado, e ela começou a falar que ele não parecia um idiota e etc, e isso o animou um pouco. Sentiu a mão da garota tocar a sua e um pingo de vergonha tocou-lhe o rosto, fazendo-o ficar vermelho, porém deixou a mão ali. "Devo ou não contar a ela? " Pensou, olhando de soslaio para ela e voltandoa olhar para o salgueiro.

- Bem, é que...fui criado por meus avós, pois meus pais foram assassinados, e quando fui aceito em hogwarts, sai de casa por algumas horas antes da viagem, e quando voltei, meus avós estavam mortos, mas haviam me deixado uma mensagem...me mandaram vir pra cá e disseram que o assassino era o mesmo de meus pais - Cerrou os punhos e a voz ficou um tanto agressiva, tocado pela fúria e pela tristeza, e só então percebeu que essa não fora a lembrança que o fizera chorar alguns minutos antes. - Bem, mas o motivo de meu choro foi porque, uma vez, meu avô disse-me para cuidar das plantas como se fossem pessoas, pois elas também tem sentimentos, e então pensei bem no que tinha feito ao salgueiro e...bem, você já sabe o resto - Terminou, com a voz um tanto impaciente.

Olhou para a garota, tirou a varinha que ainda estava escondida na manga do casaco e a colocou no bolso, e sorriu com o canto da boca. Um sorriso fraco, porém fora um sorriso. Heath colocou os dois braços pra trás, tirando a mão da da garota docemente, e apoiou os cotovelos na relva verde, ficando meio deitado, pois esticou as pernas. Estava para relaxar, até que ouviu um grito vindo de trás do salgueiro. "Que será que é isso?" Pensou, olhando assustado para Nicolle, que também o olhava um tanto desconfiada.

- Acho melhor irmos lá - Sugeriu Heath, com a voz um tanto hesitante. Levantou-se em um sobressalto e esticou as mãos para Nicolle, para ajudá-la a levantar. "Belo cavalheiro eu sou, não? " Pensou, deixando escapar um pequeno sorriso.

Ao ver que a garota sentou ao seu lado, foi um pouco pro lado, e ela começou a falar que ele não parecia um idiota e etc, e isso o animou um pouco. Sentiu a mão da garota tocar a sua e um pingo de vergonha tocou-lhe o rosto, fazendo-o ficar vermelho, porém deixou a mão ali. "Devo ou não contar a ela? " Pensou, olhando de soslaio para ela e voltandoa olhar para o salgueiro.

- Bem, é que...fui criado por meus avós, pois meus pais foram assassinados, e quando fui aceito em hogwarts, sai de casa por algumas horas antes da viagem, e quando voltei, meus avós estavam mortos, mas haviam me deixado uma mensagem...me mandaram vir pra cá e disseram que o assassino era o mesmo de meus pais - Cerrou os punhos e a voz ficou um tanto agressiva, tocado pela fúria e pela tristeza, e só então percebeu que essa não fora a lembrança que o fizera chorar alguns minutos antes. - Bem, mas o motivo de meu choro foi porque, uma vez, meu avô disse-me para cuidar das plantas como se fossem pessoas, pois elas também tem sentimentos, e então pensei bem no que tinha feito ao salgueiro e...bem, você já sabe o resto - Terminou, com a voz um tanto impaciente.

Olhou para a garota, tirou a varinha que ainda estava escondida na manga do casaco e a colocou no bolso, e sorriu com o canto da boca. Um sorriso fraco, porém fora um sorriso. Heath colocou os dois braços pra trás, tirando a mão da da garota docemente, e apoiou os cotovelos na relva verde, ficando meio deitado, pois esticou as pernas. Estava para relaxar, até que ouviu um grito vindo de trás do salgueiro. "Que será que é isso? " Pensou, olhando assustado para Nicolle, que também o olhava um tanto desconfiada.

- Acho melhor irmos lá - Sugeriu Heath, com a voz um tanto hesitante. Levantou-se em um sobressalto e esticou as mãos para Nicolle, para ajudá-la a levantar. "Belo cavalheiro eu sou, não? " Pensou, deixando escapar um pequeno sorriso.

Chegaram atrás do salguero, e Heath olhou para Nicolle, tentando conter o riso. Era apenas uma garotinha, também grifinória, olhando para o chão e com as mãos tampando o rosto. Heath cruzou os braços fronte à barriga e arqueou a cintura um pouco pro lado, enquanto Nicolle abaixava e conversava com a pequena.

A guria relatou o que acontecera, e então Nicolle disse que a levaria de volta ao salão.

- Claro, porque não? - Respondeu, olhando para a pequenina e dando um sorriso amistoso. Andaram pela mesma direção em que Heath viera ao salgueiro, em silêncio, e ele começou a ficar incomodado com tal fato, a ponto de começar a falar. - Ai, esse lugar é tão estranho, não é? Eu sempre quis ir à floresta proibida, mas nunca tive coragem de entrar lá sozinho - Falou, enquanto andavam.

Olhava para o céu e, antes que pudesse perceber, estavam na frente do castelo, entrando no salão comunal. Olhou para as gurias e sorriu, assentindo com a cabeça para a pequena, que saiu correndo e desapareceu. Heath fitou Nicolle, olhando-a e sorrindo, então aproximou-se dela e deu-lhe um beijo no rosto.

- Obrigado por me ouvir, e espero que sejamos amigos e que você não me bata mais - Riu, enquanto a olhava nos olhos. Piscou para ela com um dos olhos e foi para seu quarto. Deitou em sua cama e olhou para o teto, havia sido um dia e tanto, porém o que achariam dele e sua nova amiga grifinória? Ficou pensando se o excluiriam, porém não deu muitos créditos à isso, pois já não gostava muito de suas amizades, então perdê-las não seria tão ruim.